Saúde mental dos professores: 8 dicas para volta às aulas 2025

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Saúde mental dos professores: confira algumas dicas práticas para ter um retorno às aulas em 2025 com mais equilíbrio e bem-estar. 

A saúde mental dos professores tem sido uma questão de crescente preocupação no Brasil e em diversos países. Conforme será detalhado ao longo desse artigo, estudos apontam que uma parcela significativa dos educadores enfrenta dificuldades relacionadas à ansiedade, estresse e outros transtornos psicológicos. Essa situação reflete uma realidade desafiadora, que impacta tanto o bem-estar dos docentes quanto a qualidade do ensino oferecido. Esse artigo vai explorar os principais fatores que resultam no adoecimento mental dos professores, algumas soluções para melhorar o bem-estar desses profissionais e 8 dicas práticas voltadas aos docentes para uma volta às aulas mais saudável em 2025.

Entre os diversos fatores que comprometem a saúde mental dos professores, destacam-se:

Condições de trabalho precárias: O cenário de salas de aula superlotadas, infraestruturas inadequadas, falta de recursos didáticos e – em muitos casos – falta de apoio administrativo cria um ambiente de ensino desafiador. Além disso, o número de alunos por professor nas salas de aula é significativamente maior no Brasil, com uma média de 22 a 23 estudantes, enquanto nos países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) a média é de 13 a 14 alunos. Essas condições sobrecarregam os educadores, especialmente de escolas públicas, tornando o processo pedagógico ainda mais difícil e complexo.

Baixa remuneração: O relatório “Education at a Glance” de 2024 destaca que os professores brasileiros do ensino médio têm um salário inicial 47% abaixo da média dos países que integram a OCDE. O relatório “Education at a Glance” de 2024 destaca que os professores brasileiros do ensino médio têm um salário inicial 47% abaixo da média dos países que integram a OCDE. Esse fator, além de impactar diretamente o bem-estar financeiro do docente, também provoca consequências emocionais. Trata-se de uma desvalorização que tende a causar um sentimento de falta de reconhecimento, mesmo que o trabalho do educador seja essencial para o aprendizado dos estudantes. Um estudo realizado pelo Instituto Península, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), comprova esse peso ao apresentar que a qualidade do professor é o principal fator no desempenho escolar, representando até 60% da aprendizagem dos alunos do ensino fundamental nas redes municipais. Esse dado reforça a importância de políticas públicas que priorizem a valorização dos docentes, reconhecendo o papel estratégico central dos professores no desenvolvimento educacional, social e econômico do País.


Violência nas dependências das escolas: A exposição a situações de violência e indisciplina nas escolas acarretam um aumento do estresse e da ansiedade de milhares de educadores. Um exemplo claro foi retratado na pesquisa realizada pela Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) em parceria com o Instituto Locomotiva, que revelou que 54% dos professores da rede estadual de São Paulo já sofreram algum tipo de violência no ambiente escolar. Isso revela a ausência de uma segurança adequada para os educadores, o que pode gerar também insegurança psicológica.

Sobrecarga de trabalho: A exigência de longas jornadas de trabalho e a pressão por resultados geram esgotamento físico e mental nos professores. Uma pesquisa realizada pela Associação Nova Escola revelou que 66% dos docentes já precisaram se afastar do trabalho por questões de saúde e 87% acreditam que o problema é causado ou intensificado pelo trabalho. Os sintomas mais comuns incluem ansiedade (68%), estresse e dores de cabeça (63%) e insônia (39%).

Para melhorar o ambiente pedagógico e mitigar os desafios enfrentados pelos professores, é essencial adotar uma abordagem integrada que inclua políticas públicas e iniciativas institucionais e sociais. Medidas como a redução do número de alunos por sala, melhoria da infraestrutura escolar, aumento da remuneração e valorização profissional são alguns pilares básicos para aliviar a sobrecarga e aumentar a motivação dos docentes. Além disso, o investimento em programas de saúde mental, como  letramento emocional e suporte psicológico contínuo, pode ajudar os professores a reconhecer sinais de exaustão e desenvolver estratégias de autocuidado. Iniciativas que promovam espaços colaborativos e acolhedores nas escolas, aliadas a projetos educativos como, por exemplo, a websérie “Cuidar de Quem Educa” – lançada pelo  o Instituto Chamex, em parceria com a Nova Escola – também são exemplos que podem impactar positivamente o bem-estar dos docentes e a qualidade do ensino. Embora muitos desafios enfrentados pelos professores dependam de políticas públicas e ações institucionais e sociais para serem mitigados, existem pequenas práticas no dia a dia que cada educador pode aderir para melhorar seu bem-estar cotidiano. Vamos falar sobre elas!

Volta às aulas: 8 dicas para os professores terem um retorno mais saudável:

1. Liberte-se da culpa: Não sinta-se culpado por priorizar sua saúde mental. Para ser um bom professor, você precisa estar bem consigo mesmo. Se você não estiver em equilíbrio – com a saúde mental em dia – não conseguirá oferecer o seu melhor em sala de aula. Cuidar de si mesmo é, na verdade, uma forma altruísta de garantir que você tenha condições de fazer um bom trabalho como docente. Então, elimine a culpa e coloque o seu bem-estar em primeiro lugar!

2. Reconheça e valide as suas emoções: Antes do início das aulas, é importante que os professores dediquem um tempo para reconhecer suas emoções. Ansiedade, expectativas e até mesmo medo são reações naturais. Validá-las é o primeiro passo para lidar com essas angústias de forma mais saudável e natural.

3. Defina limites realistas: Aprenda a separar o joio do trigo. Defina horários claros para o trabalho, lazer e descanso. A educação é essencial para todas as pessoas, mas a saúde do educador também é importante, busque pelo equilíbrio emocional e evite assumir responsabilidades excessivas e exaustivas, sempre que possível.

4. Invista em rotinas de autocuidado: O autocuidado não deve ser pontual, mas parte de uma rotina diária. Estabeleça práticas como exercício físico, alimentação equilibrada e pausas regulares para garantir bem-estar durante o ano letivo.

5. Cultive a inteligência emocional: Desenvolver a inteligência emocional é decisivo para gerenciar as próprias emoções e construir relações saudáveis com alunos e colegas de trabalho. Invista em práticas de autoconhecimento e empatia, exercite a empatia com alunos, colegas e, principalmente, com você mesmo (a).

6. Crie espaços de conexão com outros professores: Participe de grupos de apoio com outros educadores, onde seja possível compartilhar inseguranças, experiências e estratégias que promovam o bem-estar coletivo.

7. Planeje com flexibilidade: Embora o planejamento seja fundamental, a flexibilidade também é importante para lidar com imprevistos. Ajuste suas metas, rotinas e prioridades de atividades sempre que julgar necessário. Evite o perfeccionismo tóxico que pode gerar frustração e aborrecimento.

8. Busque apoio profissional e capacitação: Considere fazer terapia ou participar de workshops sobre saúde mental para aprender a lidar com as cobranças e o estresse enraizado da profissão de pedagogo. Capacitações voltadas para a gestão de conflitos e relaxamento também são significativas.

DICA EXTRA: Acompanhe a websérie “Cuidar de Quem Educa”, que oferece aos professores informações sobre como identificar sinais de exaustão emocional e como melhorar sua saúde mental, com foco em letramento em saúde mental, ambientes acolhedores nas escolas e práticas bem-sucedidas adotadas em escolas públicas. A websérie também resultou em um Guia Gratuito com orientações práticas sobre como implementar ações de cuidado com a saúde mental no cotidiano escolar, incluindo dicas de autocuidado para educadores. Acesse a websérie e o guia gratuitamente e compartilhe com outros professores!

Clique aqui para conhecer os projetos sociais voltados para a educação que o Instituto Chamex concebe e apoia! 🙂