9 dicas para tornar sua sala de aula mais inclusiva

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Promova acolhimento e equidade com 9 dicas práticas para tornar sua sala de aula mais inclusiva e acessível a todos os estudantes.

Incluir não é tarefa fácil, ainda mais nas escolas públicas, onde sobram desafios e faltam recursos. Falar sobre inclusão é falar sobre direitos, dignidade e pertencimento. Na escola, esse desafio se materializa no cotidiano das salas de aula, onde convivem estudantes com histórias, dificuldades e vivências muito distintas. É preciso reconhecer que nem toda exclusão é evidente – muitas vezes, ela se expressa no silêncio, na ausência de voz e na falta de confiança em si mesmo.

A inclusão social vai muito além de defender uma causa específica. Ela implica acolher, com sensibilidade e respeito, todos os alunos que enfrentam desafios diversos, desde a pobreza extrema e insegurança alimentar, até situações de violência doméstica, abuso, racismo, discriminação, entre tantos outros contextos de vulnerabilidade social. E, acredite, tudo isso pode estar dentro da sua sala de aula! Confira, a seguir, 9 dicas para tornar sua sala de aula mais inclusiva, promovendo uma vivência escolar mais digna, respeitosa e acolhedora para todos.

1.Reconheça que há muitos tipos de exclusão – nem todos são visíveis
Nem todo aluno que precisa de acolhimento tem um laudo ou uma característica claramente visível. Há quem esteja em situação de insegurança alimentar, quem sofra com abusos e violência dentro da própria casa, quem enfrenta racismo e/ou discriminação silenciosa no dia a dia, entre várias outras situações que podem não aparecer em um boletim ou prontuário. Comece reconhecendo que exclusão não é só física ou cognitiva, ela é também afetiva, social e subjetiva. O primeiro passo para incluir é enxergar quem está se sentindo invisível.

2. Atente-se ao sinais de mudança no comportamento dos alunos
Nem sempre um pedido de ajuda vem em forma de palavras. Muitas vezes, o aluno demonstra que algo não vai bem por meio de comportamentos: ficar mais quieto do que o habitual, evitar atividades que antes gostava, demonstrar agitação repentina, ter quedas no rendimento, expressar irritação ou tristeza com mais frequência, ou até faltar mais às aulas. Estar atento a esses sinais é um ato de cuidado. Se notar algo diferente, chame para uma conversa individual, com respeito e privacidade. Mostrar que você se importa pode ser o primeiro passo para o acolhimento.

3.Diversifique seus exemplos, autores e referências
Você pode contribuir para uma inclusão racial, de gênero, cultural, social, entre outras, ao diversificar o conteúdo que apresenta em sala de aula. Traga autores negros, indígenas, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQIA+, mulheres periféricas e outras vozes historicamente silenciadas. Valorize sotaques, culturas regionais e histórias da periferia. Representar diferentes identidades nos conteúdos cotidianos reforça aos alunos que eles pertencem àquele espaço.

4.Adapte os meios, não a expectativa de aprendizagem
É possível manter expectativas otimistas de aprendizagem para todos os alunos, respeitando os diferentes caminhos e ritmos até lá. Um aluno com deficiência pode usar um recurso de aprendizado especial. Um aluno com dificuldade de leitura pode assistir a um vídeo ou ouvir um colega. Um estudante com ansiedade pode apresentar a prova oral só para o professor ao invés de apresentar na frente da turma toda. A equidade está em dar suporte diferente para que todos possam alcançar o mesmo objetivo.

5.Torne a sala de aula um lugar seguro para errar e existir
Alunos que vivem em contextos de exclusão, muitas vezes, têm medo de errar, de serem julgados ou ridicularizados. Estimule a escuta, trate o erro como parte do aprendizado e não permita ironias e deboches. Corrija com cuidado e valorize o esforço. Quando os estudantes sentem que podem ser quem são, com suas limitações, seus erros, sotaques, roupas simples e jeito singular de ser, eles se abrem para aprender de verdade.

6.Use a força da turma a seu favor
Mesmo em salas superlotadas, há várias possibilidades. Organize duplas colaborativas, proponha trocas de saberes entre os alunos e incentive a empatia. Grupos mistos, em que um ajuda o outro, favorecem tanto quem ensina quanto quem aprende. Um aluno recém-chegado de outra cidade ou estado, por exemplo, pode se sentir mais acolhido quando tem um colega de apoio. E o professor, claro, ganha mais respiro.

7.Dialogue sobre preconceitos e diferenças de forma aberta
Não espere o problema acontecer para falar de racismo, machismo, homofobia, xenofobia, capacitismo, entre tantas outras pautas. Trabalhe essas temáticas de forma transversal, com atividades simples, como filmes, histórias reais, roda de conversa, interpretação de música… Muitas atitudes de exclusão vêm da ignorância. Incentivar os alunos a respeitar o próximo pode fazer diferença para a vida toda.

8.Aceite que você não vai dar conta de tudo – e está tudo bem
Você é professor, mas não tem superpoderes. Nem toda exclusão pode ser resolvida apenas com a boa vontade do educador. A inclusão social nas escolas exige apoio da gestão escolar, da assistência social, dos pais, de psicólogos e de políticas públicas. Seu olhar acolhedor, sua escuta atenta e sua abertura para tentar transformar já são formas poderosas de inclusão. Faça o possível, mas entenda que a inclusão é uma construção coletiva, que envolve várias outras frentes.

9.Busque formação continuada em inclusão escolar
Para tornar sua sala de aula mais inclusiva, é preciso estar em constante processo de aprendizado. Participar de formações sobre inclusão é uma forma de se atualizar, acessar novas estratégias pedagógicas e fortalecer sua atuação. Em 2023, por exemplo, o Instituto Chamex promoveu uma formação em Educação Inclusiva – em parceria com o Instituto Rodrigo Mendes – voltada para professores e agentes da educação em várias regiões do País. A iniciativa impactou 11 secretarias e resultou em mais de 140 professores certificados. Acesse a plataforma do parceiro <diversa.org.br> e explore materiais gratuitos sobre práticas inclusivas.

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Formação inclusiva para professores

Em 2023, o Instituto Chamex ofereceu uma formação em educação inclusiva a professores e agentes da educação de todo o país, em parceria com o Instituto Rodrigo Mendes. Ao todo, foram 11 secretarias de educação impactadas, com mais de 140 professores certificados. Confira, no link a seguir, a plataforma do parceiro, com diversas publicações sobre o tema: diversa.org.br